17 de agosto de 2013

DJ: um hobby que vira profissão

Todos os sábados pela manhã, teremos postagens no blog do Jornal O Cidadão, feitas diretamente pelos alunos do II Curso de Comunicação Comunitária que acontece no Ceasm, aos sábados de 10h as 16h.

Por Rociclei da Silva


A matéria de Claudio Pereira reforça a tese de que a arte pode ser um potente elemento de transformação social. O ofício de DJ exige muito mais que uma atividade repetitiva, exige sensibilidade, percepção e virtuosismo. Portanto, é uma arte. E como toda arte, ela seduz, envolve e transforma. Porém, o mérito da matéria está em destacar o caráter social e inclusivo desta atividade que pode romper a barreira do entretenimento e transforma-se em ocupação. Mais que isso, transforma-se em autonomia.

Embora para alguns o ofício de DJ seja apenas um hobby, para outros significa profissão, renda e autonomia. Ou seja: para esse grupo a atividade ultrapassou os limites da diversão e assumiu uma dimensão de transformação social no momento que passa ser uma fonte de renda dessas pessoas. Mas isso não tira o mérito daqueles que a fazem por hobby, pois estes fazem por amor e nada mais sublime que fazer algo por amor. O amor é o afeto da transformação.

Lendo o artigo, não há como deixar de fazer a comparação entre a Maré e os guetos de Nova Iorque que, até hoje são berço de grandes DJ's. Na década de 1970, o DJ era aquele que animava as festas de ruas dos guetos nova-iorquinos que, eram territórios abandonados pelo Estado. Além de sua população ser composta por negros e imigrantes, registrava altos índices de desemprego e vivia sem educação, saúde, segurança e lazer. As festas de ruas eram muito mais que diversão, era a libertação do sorriso e da alegria. A atividade do DJ foi para muitos uma porta que mostrou um novo horizonte. Na Maré, as condições não são diferentes. Sua população sofre do mesmo descaso público e resiste tanto quanto os negros e imigrantes dos guetos nova-iorquinos.

Claudio Pereira, teve o cuidado de mostrar que a magia do ofício de DJ exige dedicação, observação, estudo, pesquisa e renovação constante. É emocionante ver aqueles que não dispõem de condição financeira para financiar cursos e equipamentos, acreditarem em seus sonhos, superar as dificuldades e alcançar seu objetivo como foi mostrado na matéria. O que a matéria nos deixa é que, podemos pensar na arte como mobilizadora das forças da vida e  como instrumento de transformação de mundos.

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