24 de outubro de 2013

Carlos Minc doa computadores reciclados e anuncia obras no Complexo da Maré

Foto por Luiz Morier

Antes mesmo que começasse a jornada de apresentações de música, ballet, dança do ventre, hip hop e capoeira da 5ª Mostra Cultural de Artes – O Museu em 12 Tempos, o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, anunciou a ligação de todas as comunidades do Complexo da Maré à Estação de Tratamento de Esgoto Alegria, detalhou o andamento das obras de construção de três píeres e ainda doou 110 computadores para que 11 instituições da região montem telecentros comunitários.


O evento cultural deste sábado (19/10) selou a parceria entre o Museu da Maré e a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA). Com o início das obras de dragagem do Canal do Fundão, na Zona Norte do Rio, a Superintendência de Educação Ambiental da SEA criou o DaMaré, projeto que leva a jovens das comunidades da região debates e oficinas socioambientais e culturais. Já passaram pela iniciativa cerca de 2.000 alunos.
“Nossa ação no Complexo da Maré começou mais sistematicamente em 2008 com as obras de dragagem. Incorporamos mão de obra local na intervenção, dragamos 5 milhões de m³ de sedimentos, plantamos 200 mil mudas de manguezal e ligamos a Ilha do Fundão à Estação de Tratamento de Esgoto Alegria. A dragagem propiciou a volta da operação do estaleiro Inhaúma, fechado há cinco anos por assoreamento, que hoje emprega 2.800 trabalhadores. Em 2010, entramos com as oficinas de socioambiental”, disse Minc.
Segundo a superintendente de Educação Ambiental da SEA, Lara Moutinho da Costa, o objetivo central do projeto DaMaré é fortalecer a comunidade por meio de ações socioambientais e culturais e do diálogo com as lideranças locais.
“Em três anos, foram ministradas 70 oficinas, pelas quais passaram 2.000 alunos, e formados monitores ambientais que atuam nas 17 comunidades que compõe o complexo de favelas da Maré. Tudo é feito com a participação dos moradores.”, explicou Lara, lembrando que as sugestões dos pescadores foram absorvidas no projeto de construção dos três píeres, que serão utilizados principalmente por pescadores da região.
A doação de 110 computadores para telecentros comunitários foi um dos momentos altos da festa. Montados por alunos do projeto de reciclagem de computadores Fábrica Verde, da Superintendência de Território e Cidadania da SEA, as máquinas serão distribuídos entre 11 instituições sem fins lucrativos, para atender gratuitamente à comunidade.
Foto por Luiz Morier
“Nossa superintendência foi criada para atuar em comunidades pacificadas, para fortalecer a ocupação social depois da entrada das forças pacificadoras. Mas a ideia é que nossos cursos atendam a todas as comunidades do Rio, afinal, as políticas públicas têm de chegar a todos os lugares, onde tem gente que precisa, mesmo antes da pacificação”, afirmou a superintendente de Território e Cidadania, Ingrid Gerolimich.

Um dos diretores da Associação dos Moradores e Amigos do Conjunto Esperança, Sr. Waldir agradeceu a doação, explicando aos pais e mães de alunos das oficinas do projeto DaMaré que os telecentros vão contribuir  com a formação educacional das crianças das comunidades do complexo.
O Museu da Maré é uma instituição vinculada ao Centro de Estudo e Ação Solidária da Maré (Ceasm). Primeiro museu de favelas do mundo, foi criado em 2006 por moradores que, cansados de aparecer somente em páginas policiais, decidiram contar sua história e resgatar sua autoestima.
“O Museu da Maré conta parte da memória da cidade do Rio, pois seus primeiros moradores, que vieram do Nordeste em paus de arara, quando aqui chegaram se empregaram na construção civil e participaram de obras que estruturaram esta cidade, como a que construiu a Av. Brasil. Dialogar com a educação ambiental, cultura e esporte é pensar no futuro dos nossos jovens”, afirmou o presidente do Museu da Maré, Antônio Carlos Pinto Vieira; conhecido como Carlinhos.
A moradora da Baixa do Sapateiro Ana Lúcia aproveitou a ocasião para pedir a continuidade do projeto DaMaré: “Em comunidade não tem muito para jovens e crianças fazerem. Estes cursos não podem parar. Sei que a minha filha será uma bailarina no futuro”.
Ana Lúcia saiu aliviada, pois o secretário Carlos Minc se comprometeu em dar sequência ao projeto: “Atuamos na linha da ecologia humana. Linha que dialoga com diferentes áreas e inclui o ser humano na agenda de ações. O DaMaré é um bom exemplo disso”.

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