27 de agosto de 2013

Viver na favela engravida?

Por Thaís Cavalcante

Quando o assunto é sobre a favela, pesquisas mostram que os índices de gravidez na adolescência são consideravelmente altos em comparação com outros bairros: em média uma em cada cinco meninas tem tido filho, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Outra pesquisa que é da UNESCO mostra que, 32% das meninas começam sua vida sexual entre 10 e 14 anos e 22% tiveram gravidez precoce. Não só pesquisas falam dessa realidade, pois em meu cotidiano na favela da Maré vejo crianças tendo crianças. Muitas ainda brincam de boneca e não se dão conta do tamanho da responsabilidade que terão. E por que os índices de gravidez precoce na favela crescem dessa forma? Por falta de informação, de educação, de apoio familiar, de prevenção, de ação social e governamental.

As adolescentes engravidam cedo e, ter amigas, irmãs, primas, na mesma condição é comum. São mãe e filha ao mesmo tempo. Perdem muitas vezes a oportunidade de continuar os estudos e de viver sua adolescência. E pela condição financeira não ser muito boa, acabam deixando o(s) filho(s) com mães ou avós, para trabalhar fora e ajudar nas despesas. Outra consequência é que muitas delas se tornam solteiras após contar para os parceiros sobre sua gravidez. Essas meninas de classe baixa precisam mais que camisinhas nos postos de saúde e comerciais de 30 segundos falando de conscientização sexual. Precisam de atenção e investimento desse governo egoísta que serve a burguesia!

Por fim, compartilho um documentário feito em 2006 muito interessante, chamado “Meninas” da Diretora Sandra Werneck. Tem pouco mais de 1 hora, mas vale a pena. Minha intenção é mostrar como a realidade das garotas e sua gravidez precoce é vivida: com dificuldades e realizações! 

Documentário “Meninas”Sinopse: As meninas são quatro adolescentes grávidas e de baixa renda. Moradora da Rocinha, Evelin, de 13 anos, engravidou de um namorado de 22, que acabou de sair do tráfico de drogas. Luana, 15 anos, garante que sua gravidez “foi planejada”, para aflição de sua mãe, uma faxineira que ainda tem de criar uma outra filha de cinco anos. O caso mais impressionante é o de Edilene, 14 anos, e Joice, 15, que engravidaram praticamente ao mesmo tempo do mesmo rapaz, Alex, um ajudante de marceneiro que agora se esforça para atender a duas famílias, além de tentar prover a própria sobrevivência.

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