"O Universo prisional"
O cotidiano de uma prisão de regime fechado é o ponto de partida para o grupo tratar da liberdade!
No dia 10 de maio, a Cia Marginal entra em cartaz no teatro do Planetário da Gávea, com seu novo espetáculo: Ô, LILI.
O espetáculo teve como ponto de partida uma série de conversas dos atores com pessoas presas em penitenciárias do município do Rio de Janeiro. O universo daqueles que vivem em regime fechado é a chave para se explorar criticamente o universo daqueles que vivem, hoje, em espaços populares, submetidos a uma série de restrições, como fronteiras do tráfico, muros e controle armado da polícia.
Seguindo a linha de trabalho que vem se consolidando no grupo desde 2005, o processo de criação do espetáculo partiu de uma pesquisa de campo realizada nos presídios Lemos Brito, em Bangu, e Oscar Stevenson, em Benfica, ambos no Rio de Janeiro. Ao longo de dois meses cerca de 30 pessoas foram entrevistadas. “Nosso foco não eram os crimes supostamente cometidos pelos presos, a especificidade das penas que cada um deles, nem tampouco as possíveis denúncias ou queixas que quisessem fazer contra o sistema prisional. Ao contrário, tentamos explorar uma dimensão mais subjetiva da vida em regime fechado: a maneira como se constrói a intimidade em um ambiente cuja premissa é a subtração da privacidade dos indivíduos”.
O grupo quer levar ao público um pouco do cotidiano de uma prisão de regime fechado. Os rituais de convivência, as hierarquias, os ritos sexuais, a longa espera por cartas e visitas, os anestésicos espirituais são alguns dos temas que perpassam as relações entre seis presidiários na tentativa de sobreviver à falta de privacidade e ao tempo estático.
A abordagem, no entanto, é feita do ponto de vista daqueles que estão por trás das grades, comumente vistos como uma massa homogênea, traduzida por noções como as de criminosos e marginais. Mas quem são essas pessoas? Que soluções elas vêm construindo diariamente para criar sua liberdade?
Sinopse
O cotidiano de uma prisão de regime fechado é o ponto de partida da Cia Marginal para tratar da liberdade. Os rituais de convivência, as hierarquias, os ritos sexuais, a longa espera por cartas e visitas, os anestésicos espirituais são alguns dos temas que perpassam as relações entre seis presidiários na tentativa de sobreviver à falta de privacidade e ao tempo estático. O título do espetáculo remonta à narrativa dos presos sobre o ritual que comemora o dia de soltura
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