22 de março de 2010

Mães protestam no Cristo Redentor

Por Gizele Martins
Fotos Alexandre Magalhães
(Rede Contra a Violência)
Mães se reunem para protestar contra a ineficaz política de segurança pública do Rio

“Hoje eu pude ver de perto o grande contraste social que existe. Aqui no Cristo Redentor vi a maravilhosa vista e a riqueza que é essa cidade, mas vi também, e de tão perto, a dor de tantas outras mães cariocas que perderam seus filhos na mesma situação que eu”, palavras de Francis Martin, mãe de Joseph Martin, norte americano que foi assassinado pela polícia quando comemorava o aniversário de 30 anos com os amigos na Lapa, em 2007.
 
Tia de Joe, Liz Martin, com cartaz que indica que 15% dos assassinatos no Rio são cometidos pela polícia

O ato que reuniu mais de 20 familiares de vitimas contra a violência policial do Rio de Janeiro, conseqüência da ineficaz política pública de segurança, realizado domingo, dia 21 de março, por três horas chamou a atenção dos mais de 400 turistas que visitavam o mais famoso cartão postal da cidade.
Por coincidência, o embaixador dos Estados Unidos Thomas Shannon (Brasília, DF), que visitava o Cristo naquele momento, leu os cartazes e foi conversar com a mãe e tia de Joseph, Liz Martin. Segundo ele, este caso já é de conhecimento da embaixada. “A principal preocupação da embaixada norte americana é proteger os cidadãos americanos que residem no Brasil. Prometemos continuar acompanhando de perto o julgamento do policial civil”.
E todos os que passavam pelas mães, paravam, liam os cartazes e se emocionavam com cada história que ouvia, “Como é que pode existir tantas diferenças sociais neste mundo. “Uma criança, era apenas uma criança”, dizia uma turista se referindo ao caso de Matheus Rodrigues, de 8 anos, morto na Maré, em 2008.
O objetivo do protesto foi o de chamar a atenção dos representantes governamentais e dos turistas para tamanho desrespeito aos moradores de favela, além disso, mostrar que a dor de todas estas mães, independente de local, país ou classe social, é igual. "Lutamos há mais de 20 anos, o nosso pedido é de justiça", disse Patricia Oliveira, da Rede de Comunidades Contra Violência".
O julgamento do policial que matou Joseph Martin, será nesta terça-feira, dia 23 de março, às 12:30h no Terceiro Tribunal do Júri.






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