Eles afirmam que o boleto das mensalidades continuam chegando, mas que não entendem o não investimento no ensino e nem a falta de pagamento aos funcionários e aos professores da instituição.
Por Thais Cavalcante e Gizele Martins
Desde o dia 15 de julho que estudantes da Universidade Gama Filho (UGF), localizada no Bairro de Piedade, na Zona Norte do Rio de Janeiro, ocupam a Reitoria da Instituição. As Reivindicações são inúmeras, a principal delas é que os novos donos da Universidade, o grupo Galileo Educacional, solucione os problemas financeiros que existem desde 2011 e que tem levado a Instituição a falência.
Professores e funcionários estão sem receber pagamento desde o início do ano letivo. Além da situação dos prédios estarem precárias, tudo isto tem agravado as aulas e todo o funcionamento da Universidade. Laboratórios de informática não funcionam; a rádio e a TV que serviam como laboratório para estudantes de comunicação também não funcionam mais; os banheiros estão empilhados de lixos; e alguns locais da universidade já se encontram com problemas estruturais; como o projeto de ter um elevador para cadeirantes que desde o ano passado a obra não foi terminada.
O aluno de Medicina, Rodrigo Mion, diz não entender o problema, já que as mensalidades continuam chegando. Ele afirma que não se sabe aonde este dinheiro está sendo investido. "A gente continua pagando. Os professores já entraram em greve três vezes em pouco mais de um ano. Estamos nos formando e a gente não tem certeza de nada. Queremos a nossa cidadania garantida. Esta é uma tremenda falta de respeito com cada um de nós. (...) Viemos de diversas partes da cidade e do país para estudar e estamos com a nossa graduação em risco".
De acordo com o estudante de literatura da UFRJ e participante da União Nacional dos Estudantes, Igor Mayworm, já foram inúmeras as vezes que o problema da universidade foi passado para o MEC, mas eles se omitem. "Existe a omissão do MEC em relação a esta realidade que estamos enfrentando desde o ano passado. Houve conivência do Ministério da Educação, pois eles não respondem nada em relação ao que está acontecendo aqui".
E, segundo os estudantes, esta já foi uma Universidade de grande procura, reconhecida em todo o país e, por isso, a vontade de lutar por ela. São mais de 30 cursos de graduação. Além dos cursos de pós graduação. Há ainda uma creche no mesmo espaço. Existe também diversas salas de informática, mas que hoje estão com computadores tomados por vírus, pois não se tem manutenção dos computadores desde que os novos donos apareceram.
"Nós temos bons professores. Esta universidade tem mais de 70 anos. Quem estuda aqui tem um carinho enorme por ela. É uma Instituição reconhecida em todo o Brasil. O que não é aceitável é permitir que um grupo de pessoas que se interessam só pelo dinheiro destruam esta história", afirma o estudante Rodrigo Mion.
A Associação de Pais e Alunos e dos Técnicos Administrativos da Universidade também apoiam a luta dos estudantes. Depois destas duas semanas de ocupação na Reitoria, o grupo Galileo Educacional pediu a retirada dos estudantes da Reitoria dentro de 48h. Uma carta foi enviada a eles e assim que a notícia foi recebida, uma limpeza foi feita no prédio ocupado. "Vamos deixar mais limpo do que geralmente fica em dias de aula".
Estudantes foram hoje, dia 26/07 até Brasília levando diversas cartolinas com assinaturas de alunos, para se reunir com o MEC e tentar alguma solução para o caso. Mas no final desta tarde de sexta-feira (26), as notícias não foram boas, pois nenhuma resposta do MEC e do Galileo Educacional foi dada aos estudantes e trabalhadores da Universidade particular Gama Filho.
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