Por Raphael Bandeira, Douglas Baptista e Gizele Martins
Angela Guimarães foi recentemente eleita a Presidenta do Conselho Nacional da Juventude. Ela esteve na primeira mesa de debate da Conferência de Jovens para a Rio=20, Youth Blast, na última quinta-feira, dia 07 de junho. A equipe do 'O Cidadão' entrevistou a jovem. No bate-papo, ela fala sobre trabalho, inclusão dos jovens em políticas de educação, tolerância religiosa, dentre outros assuntos. Leia abaixo o bate-papo que tivemos com ela:
O que você espera deste evento?
A juventude hoje tem um peso na população brasileira e mundial no Brasil. 30% são jovens. Eu acredito que nenhuma mudança pode ser feita no presente e no futuro sem que envolva essa juventude. Por muito tempo pensou-se em juventude como algo do futuro, mas não, o jovem é o agora.
E a gente vem presenciando uma série de manifestações onde a juventude está inserida, como a “Primavera Árabe” o “Ocupe London”, “Os indignados de Madrid” as coisas estão acontecendo num ritmo de efervescência muito grande e temos que aproveitar este momento.
Qual é o reflexo da Conferência na inclusão e no combate às opressões por uma sociedade justa e igualitária?
A questão nossa é sempre pensar qual o projeto de desenvolvimento que possa verdadeiramente ser sustentável, mas que e consiga equilibrar a nossa preocupação corretíssima, que é a preservação do meio ambiente, colocando o ser humano em questão.
Não queremos aquele ser humano individual que compra, que consome e que castiga a natureza, mas sim o ser humano enquanto coletivo, enquanto povos.
A gente percebe que nesse momento também houve o crescimento da desigualdade, a fome persiste, a quantidade de pessoas que não tem também o tratamento de água e esgoto é enorme.
O número de pessoas que morrem por falta de saneamento básico e ambiental, por falta de educação, também é grande.
As intolerâncias também têm crescido, a intolerância com relação à homofobia, a intolerância religiosa, aos negros, perseguição à mulher, e tudo isso é advento de um desenvolvimento que não colocou os povos no centro, mas que colocou os bancos, os empresários, o mercado financeiro, etc na frente do povo.
A gente tem a oportunidade que o Brasil está trazendo, esta conferência, para que seja mudado a rota, e assim colocar os povos em evidência, para que possamos crescer desenvolvendo e, incluindo, equilibrando com a preservação do meio ambiente.
Qual é o papel da educação nestas questões sociais?
Acredito que o respeito e a inclusão de povos, a tolerância deve ser pregada desde à educação primária. Essa coisa da nossa educação tradicional reproduzir um único padrão de família, um único padrão de beleza, eu acho que isso deve ser rompido.
Eu acredito que a diversidade e a pluralidade que marcam a sociedade brasileira e que marca o mundo precisa ser alvo de discussão nas escolas para que o jovem consiga conviver com a sua amiga da escola que é muçulmana de forma natural, normalmente, considerando aquilo normal, ela tem uma religião, eu tenho outra, ou eu não tenho. É uma tarefa difícil, desafiadora, mas é possível sim, e eu acredito na educação como agente de transformação.
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