Familiares de Gisela se reúnem em frente à Escola Bahia
Por Renata Souza
Foto Renata Souza
Lágrimas nos olhos, blusa com o rosto de Gisela estampado, cartazes e faixas nas mãos. Para que falar? A dor se expressa no corpo cansado e no andar vagaroso, que às vezes se apressa ao toque de um telefonema. O ar sufoca, mas é mais um trote, mais uma pista falsa. Esse é o retrato de Wallace de Jesus desde o desaparecimento de sua filha Gisela de Andrade, de 8 anos, há quinze dias. Para dar visibilidade a esta dor imensurável, a família organizou, nesta quinta-feira (11/3), uma manifestação em frente à Escola Municipal Bahia, próximo ao local onde a menina foi vista pela última vez. De acordo com Wallace, ainda não há avanços nas investigações sobre o caso.
Durante o ato, a família exibiu o retrato falado do suspeito de ter levado Gisela. Pela descrição apresentada pela 21ªDP (Bonsucesso), o homem tem cerca de 50 anos, é negro, magro, mede 1,68m de altura, tem olhos escuros e cabelos brancos. “A gente não pode deixar as pessoas esquecerem a Gisela. Queremos chamar a atenção do presidente Lula, do governo, para que o caso da minha neta não fique sem solução. Onde ela estiver eu creio que vamos achar”, afirmou Maria de Lurdes Cavalcante.
A família reclama que o crescente número de trotes e boatos que surgem entorno do sequestro da menina os deixa fragilizados. “Mas mesmo assim eu vou até o fim do mundo para achar a minha filha. Os trotes e os boatos são de gente sem sentimento, que não fazem ideia do que estamos passando. Mas eu não vou desistir. Eu mesmo corro atrás para saber das coisas. Todo dia eu só vou dormir depois de uma da manhã porque fico atrás de pistas”, disse Wallace inconformado com a falta de retorno sobre as investigações.
Pais se mobilizam por segurança
A menina Gisela foi raptada, no dia 25 de fevereiro, quando saia de uma aula na Escola Municipal Bahia. O local é considerado de alto risco por pais de alunos. Por isso, alguns pais estão recolhendo assinaturas para um documento no qual reivindicam o deslocamento da guarda municipal para frente da escola e a retirada de ônibus clandestinos que ficam estacionados no entorno do colégio. “Isso aqui é uma área de risco. Já temos mais de 150 assinaturas porque nenhum pai quer que aconteça com seus filhos o que ocorreu com a Gisela. Desde o ano passado estamos pedindo mais segurança para esse colégio. A direção da escola mandou a gente levar o abaixo-assinado até a 30ª Região Administrativa. Levamos, mas até agora nada foi feito”, afirmou Sueli Moreno, mãe de Vitória, coleguinha de turma de Gisela.
Uma luta de todos
As Mães do Caju, como ficaram conhecidas após a perda de seus filhos para a violência policial, também estão apoiando a família. “A luta é uma só. Nossas crianças estão sendo violentadas, sequestradas e não há uma investigação séria. Eu queria ver se fosse uma criança de classe alta. Como agiriam? Hoje foi a Gisela, e amanhã?”, interroga indignada Bete de Souza, integrante do grupo Mães do Caju.
Também, em apoio à família e aos moradores do Complexo da Maré, o ato contou com a participação da Comissão de Direitos Humanos da Alerj e mães do Movimento Helaiz, de prevenção ao sequestro e desaparecimento de crianças e adolescentes.
Este é o retrato falado do suposto sequestrador de Gisela Andrade
Incrível, não pediram as imagens da câmera de segurança da empresa de transportes que fica quase em frente a escola Bahia? Será que o posto também não tem câmeras, como pode isso?Será que as empresas do outro lado da Av. Brasil de repente não tem alguma imagem do dia, fico revoltado com tamanho descaso.
ResponderExcluirDavi Marcos
Pois é, Davi! Ocorre claramente um recorte social. Se fosse um filho da burguesia o caso já estaria resolvido, ou, pelo menos, uma investigação mais séria estaria em andamento. É por isso que precisamos unir forças!
ResponderExcluirGrande abraço,
Renata Souza
QUE O SENHOR JESUS POSSA ILUMINAR AS AUTORIDADE PARA RESOLVER ESTE CASO,NÃO TEM CÂMERA.NO TRAGETO DA VENIDA BRASIL.SERÁ QUE VAI SER MAIS UM DESCASO.
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