4 de março de 2010

Onde está Gisela?

Polícia vai  divulgar retrato falado de suposto sequestrador de Gisela Andrade

Por Renata Souza

A Comissão de Direitos Humanos da Alerj e as mães do Movimento Helaiz estiveram nesta quinta-feira (4/3) na 21ª DP com a família de Gisela Andrade, sequestrada em 25/2, para acompanhar o andamento das investigações. De acordo com a delegada titular, Valéria Castro, é possível que nesta sexta-feira (5/3) seja divulgado o retrato falado de um suspeito. “Na investigação estamos levando em consideração todas as hipóteses”, disse a delegada ao ressaltar que ouviu o depoimento de familiares, amigos e dos rapazes que trabalham em um posto de gasolina na Avenida Brasil, altura da passarela 7, onde a vítima foi vista pela última vez.


Coleguinhas da escola contam que viram a menina pela última vez quando bebia água em um posto de gasolina próximo à escola. Na ocasião, Gisela usava uma bermuda jeans, a blusa da escola e uma mochila rosa. “A gente está usando todos os recursos para achar a minha filha. Já distribuímos cartazes, fizemos passeata na Avenida Brasil na segunda-feira e sigo todas as pistas que me dão. Eu não vou desistir, vou achar a minha filha”, disse o pai Wallace de Jesus, revoltado com a morosidade nas investigações.
A família conta com a solidariedade de quem já viveu situação semelhante. “É uma dor muito grande ficar imaginando onde está nossa filha, se ela já comeu, se está sentindo frio. O Helaiz nasceu dessa dor", explica Helena Elza de Figueiredo, líder do movimento de mães que lançou o projeto Sou da Vez, de alerta sobre o perigo de se deixar crianças sozinhas. "Mas, além de prestar solidariedade às vítimas, cobramos do Estado políticas públicas preventivas, como escola em tempo integral onde as crianças possam ficar protegidas enquanto os pais trabalham. Não há creches para essa faixa etária. Além disso, cobramos mais empenho nas investigações policiais", acrescentou.

No ano passado, a Comissão de Direitos Humanos realizou audiência pública sobre o desaparecimento e sequestro de crianças e adolescentes no Rio, um problema que ainda carece até mesmo de estatísticas seguras. Presidente da comissão, Marcelo Freixo deu entrada em projeto de lei, que tramita na Alerj, para a criação de um cadastro único, com a obrigatoriedade da informação imediata dos casos por parte das delegacias.

Para denunciar o paradeiro ou o sequestrador de Gisela Andrade ligue para o SOS Crianças Desaparecidas 2286-8337.

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